
Pois é, abriu mão de tanta coisa por este
ideal não foi?
Investiu tanto que, por vezes, esqueceu-se de si para dar manutenção a
algo que agora é somente origem de sofrimento, ansiedade e medo.
Apesar da dor, do apego e da
crença de que algo mágico vai acontecer e tudo vai se ajustar , se apercebe repentinamente de que
tudo o que se tem em mente é somente uma constatação, de que o que restou foi o desapontamento
e o sentimento de tempo perdido.
Perdeu-se um precioso tempo
de vida persistindo tanto tempo.
Todos os sinais estavam à vista, claros, se
acumulando, enquanto cumulava-se de perdões o que não merecia mais ser perdoado. Inventando desculpas, dando a
outra face. Tentando a tolerância e a fé até o fim.Um engano.
Em parte culpa desta estranha crença de que nosso desmedido amor poderia "salvar" ao outro.
Agora, como na parábola
budista, você esta diante de um problema: Como desenredar-se de alguém a quem
se atou com os fios de aço da ilusão?
E o apego? E a maldita
sensação de que, se fosse dada ainda outra chance- a última -,você
promete a si mesmo, ainda poderia ser possível. Sem falar na construção
infindável de álibis, na transferência da culpa para tudo e todos menos àquela
pessoa que simplesmente falseia, não corresponde, não evolui. Absolutamente não
está a altura de ser o que nossos olhos preferiam ver.
“Um problema é um problema; pode ser um vaso de porcelana
muito raro, um lindo amor que já não faz mais sentido, um caminho que precisa
ser abandonado – mas que insistimos em percorrê-lo porque nos traz conforto.
Seja como for, é necessário eliminá-lo”, assim diz a parábola do vaso.
Portanto, chegou a hora de extirpá-lo como agente destrutivo
que é em nossas vidas. Uma chaga que cresceu e se espalhou interrompendo nosso caminho,
destruindo tudo o que tentamos erigir de bom.
Agora não cabe mais piedade ou suposições numa inocência que
nunca houve. Somente cabe uma única
ação. Exorcizar este que permitimos,
lentamente sugar nossa alma , nos levando os melhores anos de nossas vidas, afastando
de nós as mais almejadas realizações e junto com ela esta devoção estranha que nos prendeu por tanto tempo. Não há mais como mentir, não há como se
enganar nem mais um dia.
Mas, antes de quebrar o vaso e a flor e destruir assim peremptoriamente aquilo que causa dor, pare.
Pare! Com a espada erguida ainda e se faça uma única pergunta. A pergunta que desvia
seu olhar definitivamente da trilha do outro que você seguia cega e
ardentemente. Faça a pergunta que
desvenda o mistério das origens de todas as outras dores em sua vida da qual
esta, foi apenas uma singela atualização.
Pergunte: Porque eu permiti?
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