Segunda parte. .
2-1.- O primeiro requisito para que tenha lugar a terapia de casal é a saude psíquica dos membros. Se existe qualquer problema psiquiátrico: seja psíquico, leia-se psicose ou neurose, ou orgânico, seu tratamento deverá ser prévio ou pelo menos se dar simultaneamente à terapia de casal.Outrossim, ainda que não cheguem a configurar uma enfermidade, alguns traços de personalidade e de caráter podem influir e muito nas origens e desenvolvimento do conflito.
2-2.- Quando um dos membros do casal for diagnosticado como enfermo o outro tem a responsabilidade moral de prestar-lhe apoio enquanto dure o tratamento, fixando ele ou ela mesma o prazo de tempo da espera em sua recuperação. Este costuma ser proporcional ao afeto dedicado ao cônjuge. Também ela ou ele deve receber informação, apoio e ainda psicoterapia.
2-3.- Deve informar-se a verdade da forma mais completa possível no que se refere aos fatos. Ocultar ou deformar os fatos amplia a dificuldade do tratamento e prolonga-o. Os segredos prejudicam a terapia de casal. Importa refletir que amiúde alguns pacientes não buscam uma solução comum, mas sim impor sua vontade, nestes casos com freqüência aparece a mentira, a desfiguração consciente dos fatos e as manipulações.
2-4.-A atitude que deve assumir cada interessado é :
a- Tomar consciência de suas próprias dificuldades (para isto é necessário sinceridade e desejo de fazê-lo)
b- Procurar descrever a situação ou situações o mais completa e imparcialmente possível , sem queixas nem acusação dos problemas do casal (lembre-se que neste campo não deve haver vencedor em risco da própria relação.) Tente substituir as emoções negativas pelas emoções positivas através de compreensão racional dos fatos. Quando isto não é possível podemos suspeitar e investigar as origens desta dificuldade.
2-5.- Os custos do tratamento para serem compreendidos e aceitos pelos consultantes devem ser considerados em sua comparação diante dos custos decorrentes de:
a- O sofrimento de um fracasso amoroso;
b- A violência comumente associada a divisão de bens;
c- A criação deficiente dos filhos que ficam quase sempre a cargo de somente um dos pais;
d- As múltiplas manobras, novos conflitos e encargos decorrentes da guarda compartilhada dos filhos;
e- A depressão e a somatização de um dos conjugues, de ambos e/ou dos filhos por conta da separação ou divórcio
2-6.- Para melhor resultado da terapia os participantes se comprometerão a :
a- Cumprir com todas as sessões;
b- Comparecer pontualmente a elas e não avisar 10 minutos antes ou 10 minutos depois que não podem comparecer;
c- Trazer informações verossímeis;
d- Respeitar a difícil tarefa do terapeuta em mediar os cônjuges em conflito colaborando com o processo;
e- Buscar respeitar os sujeitos envolvidos no processo;
f- Cumprir com todas as indicações do terapeuta ;
g.- Jamais abandonar a terapia sem prévio acordo.
2-7.- Os pacientes devem comprometer-se a não utilizar seus filhos como armas um contra o outro durante o conflito. Evidentemente, o dano produzido neste caso poderá ultrapassar em muito o tempo do conflito em si mesmo.Pode durar toda uma vida . Pais que amam seus filhos verdadeiramente jamais o farão;
2-8.- Com certa freqüência um dos membros do casal se nega à terapia. Mesmo sem ele, se pode continuar o processo através de um membro do casal, podendo-se alcançar também desta maneira resultados favoráveis para toda a família;
2-9.- Também se requerirá colaboração, concessões e esforços, em caso de necessidade, aos restantes familiares e agregados. Às vezes os casais se perturbam por intervenção dos familiares ou mesmo dos amigos. Nestes casos se faz indispensável envolver a terceiros na solução do conflito.
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